Quatro pessoas foram presas em Pelotas por furto qualificado de energia elétrica.

A Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) promoveu mutirão de fiscalização em 240 unidades consumidoras de Pelotas nesta quinta-feira (26). A ação incluiu instalações das ruas Marechal Deodoro e 15 de Novembro, no Centro, e envolveu 70 técnicos que atuam em processos de combate às perdas comerciais em Pelotas, Rio Grande, Camaquã e Porto Alegre. O trabalho das equipes de fiscalização contou com o apoio da Polícia Civil.

Esse tipo de operação vem sendo realizado de forma intensa nos últimos 60 dias em diversas localidades e tem o objetivo de combater o furto qualificado de energia elétrica e melhorar os serviços. A ação desta quinta-feira resultou na prisão em flagrante dos responsáveis por quatro estabelecimentos comerciais (uma fruteira, um mercado e uma ferragem na Rua Marechal Deodoro e uma loja de roupas na Rua 15 de Novembro). Na sequência do trabalho, os técnicos da empresa, a partir do levantamento de carga, calculam os valores que devem ser cobrados por meio de processo administrativo.

O responsável pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio das Concessionárias e os Serviços Públicos Delegados (DRCP), delegado Luciano Peringer, que acompanhou a operação juntamente com o delegado Rafael Lopes, da Delegacia de Furtos, Roubos e Entorpecentes (Defrec), destacou que o furto qualificado de energia pode resultar em até oito anos de prisão. Segundo ele, a prática ilícita também traz problemas à concessionária e à economia, como concorrência desleal e sonegação fiscal, valores que poderiam ser direcionados para a melhoria de diversos serviços à população.

O gerente regional da CEEE-D em Pelotas, Alexandre Madruga Ávila, observou que o combate aos desvios de energia está nas prioridades da gestão da companhia. “A prática afeta a qualidade da energia elétrica e resulta em prejuízos financeiros à empresa na ordem de R$ 200 milhões ao ano”, disse.

 

Fez Gato. Pagou o Pato

Ávila lembrou que, em agosto deste ano, a CEEE-D iniciou a campanha ‘Fez Gato. Pagou o Pato’ para alertar a população sobre os riscos do furto de energia. Por meio de diferentes mídias, o trabalho, que se estende até dezembro, foi planejado para alcançar 80% do mercado da concessionária, formado por 1,6 milhão de consumidores em 72 municípios.

O hotsite www.fezgatopagouopato.com.br centraliza todas as informações, além de disponibilizar dicas de como fazer a regularização e também denunciar crimes de roubo de energia de forma anônima. Nesse período, quase seis mil denúncias foram feitas. Os dados são recebidos e avaliados pelas equipes técnicas interna e externamente.

Ações diversificadas

O Programa de Combate às Perdas Globais da CEEE Distribuição é formado por 16 projetos, sendo parte deles financiada com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). As ações incluem melhorias de processos, acréscimo de equipes de fiscalização, aquisição de veículos e implementação de soluções tecnológicas junto às redes de energia elétrica e aos sistemas de monitoramento e de medição das unidades consumidoras.

Entre as ações, o programa inclui a instalação de um Sistema de Medição Centralizada (SMC) junto a 45 mil unidades consumidoras de locais considerados de vulnerabilidade social em municípios da área de concessão e outros 11,7 mil pontos com medição indireta. Esses projetos envolvem 53% do faturamento da empresa.

As iniciativas contemplam, também, um acréscimo de 500 mil fiscalizações na área de concessão da CEEE em quatro anos, por meio de contratação específica para esse fim, além das 40 mil efetuadas anualmente pelas equipes da empresa.

Prejuízos coletivos

O gerente da CEEE-D de Pelotas alertou para outras consequências da fraude de energia, como riscos de incêndios, choques elétricos e até mortes, fatores, segundo ele, suficientes para justificar a priorização do programa pela empresa. Ele exemplificou que a quantidade de energia recuperada através da solução dos casos de furto pela empresa nos últimos dois meses corresponde ao fornecimento de energia utilizado para atendimento do Hospital Moinhos de Vento, um dos maiores da capital, por três meses.

Ávila acrescentou que o segmento que apresenta maior quantidade de irregularidades, baseado nos dados da área de fiscalização, é a classe residencial. Em contrapartida, o segmento que apresenta maior valor financeiro de recuperação é a classe comercial, com 33% de tudo que é fiscalizado pela companhia.

Especificamente na Regional Sul, a média anual de fiscalizações é de quase seis mil unidades consumidoras, sendo que em metade há algum tipo de irregularidade, que é desfeita pelos técnicos e, na sequência, cobrada pela empresa. “A partir dos novos investimentos, que incluem tecnologia, equipes e veículos, o projeto será reforçado em toda Região Sul”, garantiu Ávila, informando que a Regional de Pelotas arrecadou, em 2016, um total de R$ 3,5 milhões, resultado das autuações feitas sobre consumos não faturados.

Texto: Mara Ione Guerra de Medeiros/Ascom CEEE
Edição: Sílvia Lago/Secom

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